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Pesquisa revela dados alarmantes sobre AVC - Acidente Vascular Cerebral
Dr. Luis Eduardo Belini
Somente 15,6% dos entrevistados conheciam a sigla AVC. O neurologista Eduardo Belini esclarece algumas questões frequentes sobre o assunto.
A doença cerebrovascular atinge 16 milhões de pessoas no mundo a cada ano. Mais de 100 mil brasileiros morrem todos os anos por AVC. E as projeções não são otimistas. O número de mortes por AVC deve aumentar para 6,5 milhões em 2015 e para 7,8 milhões em 2030.
Na maioria dos casos, o AVC é causado pelo entupimento de uma artéria cerebral por um coágulo, o que impede que o sangue chegue adequadamente a regiões importantes do cérebro, causando sintomas neurológicos.
Uma pesquisa realizada com a população brasileira sobre o Acidente Vascular Cerebral - AVC, chamado popularmente de derrame cerebral, publicada em fevereiro deste ano na revista Stroke, mostra resultados alarmantes: 90% dos brasileiros diz não ter nenhum tipo de informação sobre o AVC.
O fato é que existe muito desconhecimento sobre a doença no Brasil, que não tem recebido a atenção necessária das autoridades. A situação se agrava, ainda, pois a maioria dos pacientes procura muito tarde o atendimento médico por desconhecimento da doença e de seus sintomas iniciais, o que dificulta o reconhecimento e encaminhamento rápido para um hospital adequado.
Mesmo os pacientes que sobreviveram a um AVC correm riscos: cerca de 50% morrem após um ano, 30% necessitam de auxÃlio para caminhar e 20% ficam com sequelas graves.
Boa parte destas mortes e sequelas poderia ser evitada com medidas de prevenção, como dieta alimentar (ingerir pouco açúcar, sal e gordura), prática regular de exercÃcio fÃsico, não fumar, beber moderadamente e controlar a pressão alta, o colesterol e o diabetes, além de diminuir o estresse.
Luis Eduardo Belini é graduado em Medicina na UFRJ, com especialização em Neurologia na PUC-Campinas e pós-graduação em Neurologia no Hospital das ClÃnicas da UNICAMP. É docente de Medicina na Faculdade de Medicina da PUC-Campinas, chefe do ambulatório de AVC da PUC-Campinas e Preceptor da Residência Médica em Neurologia.