Nos últimos meses, temos acompanhado médicos e pacientes recorrendo à consulta virtual para dar continuidade aos tratamentos de saúde, que, muitas vezes, não podem ser interrompidos durante a pandemia de Covid-19. Mas esse serviço, que é alvo de atenção mundial no momento, ainda é visto com ressalvas por algumas pessoas. Felipe Reis, reumatologista e gerente-executivo de Inovação, Tecnologia e Soluções Médicas da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo , esclarece a seguir as dúvidas mais frequentes dos pacientes com relação à telemedicina, respondendo o que é mito ou verdade.
A telemedicina ajuda os pacientes a terem um controle melhor de seu estado de saúde.
Verdade. Ela amplia o contato entre o médico e pacientes por sua flexibilidade de acesso e, assim, é natural que aumente a adesão aos tratamentos. Há artigos mostrando que pacientes com insuficiência cardíaca, diabetes e hipertensão que tinham monitoramento telefônico frequente, usaram as medicações mais vezes e puderam ter melhor controle do estado de saúde. Muitos pacientes têm um melhor controle da doença apenas pelo fato de fazer a consulta com mais facilidade, praticidade, segurança e agilidade.
Poucas especialidades podem fazer parte dos serviços de telemedicina.
Mito. Mais importante do que olhar as especialidades atendidas é avaliar em que momentos a consulta virtual será uma opção de atendimento, tornando-o mais seguro e eficiente, com boa qualidade e ampliando a jornada de cuidado ao paciente. Mesmo em situações graves ela pode ser usada para comunicação entre dois médicos, um deles a distância, ajudando a avaliar exames e oferecendo suporte para outro especialista, por exemplo.
A falta de um exame físico comprometerá o atendimento médico.
Mito. O exame físico é fundamental, mas há muitas formas de atendimento em que a consulta virtual é utilizada para antecipar etapas que precedem ou complementam o exame físico. Um exemplo é quando os pacientes ligam para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e já recebem as primeiras instruções por telefone. Além disso, existem tecnologias novas, que chamamos de telepropedêutica, que são formas de examinar o paciente a distância e ou mesmo do paciente se autoexaminar.
A teleconsulta acabará quando a pandemia estiver sob controle.
Mito. Ela existia antes da pandemia e está crescendo cada vez mais, ampliando o acesso aos serviços de saúde. Com ela é possível levar saúde a locais onde não havia essa possibilidade. A pandemia só acelerou a ampliação de novos serviços.
No futuro, a teleconsulta acabará com as consultas presenciais.
Mito. Há casos em que o contato presencial é importante para o paciente passar por exame físico, ser avaliado por meio de equipamentos específicos ou mesmo naqueles casos que o paciente queira passar por uma consulta presencial. Ele deve ter o direito de escolher entre o atendimento presencial ou remoto e, por isso, as duas modalidades de atendimento se complementam.
A maior vantagem da teleconsulta é o acesso.
Verdade. A facilidade de passar por consulta médica sem se deslocar e usando a internet, um notebook ou um smartphone facilitam esse contato. Mas a discussão deve se aprofundar um pouco mais porque um médico precisa receber treinamento e ter um planejamento para atender com qualidade e segurança.
A telemedicina só é usada para consultas on-line .
Mito. Na BP, por exemplo, usamos consultas virtuais para monitorar pacientes com síndrome gripal ou para interconsultas entre médicos que discutem casos complexos e quadros clínicos de pacientes. Há ainda a possibilidade de acompanhamento de cirurgias a distância, mas isso ainda tem que ser regulamentado para que ocorra de forma sistemática.
A consulta via telemedicina possibilita emissão de receitas de medicamentos e qualquer exame como se eu estivesse em uma consulta presencial.
Verdade. A teleconsulta é uma consulta como outra qualquer e, se for seguro e pertinente ao caso, o médico receitará algum medicamento ou solicitará um exame para avaliação do paciente. Para isso, ele utilizará a assinatura digital para dar autenticidade ao documento e tudo é encaminhado para o paciente na sequência, via mensagens de SMS. Ele recebe a solicitação e a apresenta na compra do medicamento ou agendamento do exame. Se o médico e os protocolos indicarem que o paciente necessita de uma consulta presencial antes da prescrição de uma medicação ou exame ele então será encaminhado para a avaliação presencial, sempre com foco na qualidade e na segurança.
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